terça-feira, 27 de abril de 2010

Sem saber, eu falo


Falar sobre a deficiência é fácil, na nossa ignorância vergonhosa. Sem sabermos sequer daquilo que falamos, dissertamos sobre este tema como se o tivessemos criado. É grave, mas todos o fazemos.

Infelizmente, num mundo que se diz informado e respeitador das diferenças de cada um, ouvir o troçar humilhante contra os indivíduos portadores de deficiência é deplorável. Grande obstáculo para a aceitação destes indivíduos é a ideia que formamos de que não conseguem ter uma vida normal, necessitam da nossa pena, procuram alterar quem são. Mais uma vez, estamos errados! As pessoas precisam de entender que as crianças com necessidades especiais não estão doentes. Eles não procuram uma cura, apenas aceitação. Aceitação: eis a palavra-chave. Aceitar estes indivíduos na sociedade enquanto pessoas portadoras de capacidades para levar uma vida normal; com os limites que a sua condição impõe, é certo, mas ainda assim normal, conseguirem atingir uma qualidade de vida que lhes permita viver felizes.

Os expoente máximo de sucesso na vida são os indivíduos portadores de deficiência que conseguem um emprego, constituem família e, em alguns casos, se destacam dos demais pela sua contribuição em determinado sector ou área de actividade. É a olhar para estes perfeitos exemplos de êxito que vemos que as barreiras que estas pessoas enfrentam não são mais do que obstáculos colocados por uma sociedade que discrimina e julga sem saber; barreiras que se podem vencer com a determinação e força de vontade, um ensinamento que todos deveríamos valorizar.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Discriminação da Mulher na Sociedade

Há quem fale de um movimento feminista ao longo dos tempos que se consolidou nas décadas de 30 e 40. Mesmo que a palavra “feminismo” seja exagerada, a verdade é que muita coisa mudou. A mulher foi sempre considerado um ser inferior. A reprodução, o trabalho doméstico, tomar conta dos filhos, eram as únicas funções que estavam implícitas ao papel feminino. O direito ao voto, ingressar nas instituições escolares, trabalhar fora de casa, por exemplo, foram vitórias conseguidas apenas nas décadas de 30 e 40 do século passado, embora longe dos padrões de hoje em dia. A partir dessa data, as mulheres passaram a gozar de outra liberdade, até então negada, ainda que distante dos seus reais desejos de vivência social. A II Guerra Mundial teve uma particular importância para a expansão da importância dada ao papel feminino no mundo laboral. Com os homens a partirem para a guerra, houve necessidade de encontrar novos meios de sustento que pudessem preencher as lacunas económicas dessa época. Por isso, a presença da mulher no mercado de trabalho tornou-se muito mais do que uma mera hipótese. Já que os homens partiam para a guerra, as mulheres tinham que assegurar o sustento e o evoluir da economia, não só do país, como para sua própria subsistência. A mulher assume, assim, uma importância vital que até essa altura estava totalmente camuflada.O fim da guerra vem novamente cavar um fosso entre os papéis do homem e da mulher na sociedade. Assim, à mulher são novamente atribuídas as funções do lar, por forma a que o homem possa ocupar o seu papel laboral. Uma vez mais, a desvalorização do trabalho da mulher fora de casa é evidenciada e o homem assume o papel de sexo forte. Aliás, essa luta de forças entre homens e mulheres foi sempre uma constante, havendo sempre uma necessidade do homem se definir como ser superior à mulher. Só mais tarde, na década de 60, as mulheres voltariam a assegurar o seu papel na sociedade, ainda que limitado, e atingir metas às quais há muito tempo se haviam proposto. A década de 60 ficou marcada por uma ampla reflexão do papel das mulheres na sociedade, bem como a análise das raízes das diferenças entre os sexos, não só na sociedade geral como também ao nível de classes sociais. Transportaram-se para a realidade novas formas de luta que até então tinham existido apenas na teoria, e a própria informação veiculada pela escrita, media e literatura, contribuiu bastante para que a análise a essas diferenças chegasse a todos. Na literatura, houve diversas escritoras que não hesitaram em escrever sobre o tema, o que fez com que tamanha proliferação do assunto originasse aquilo a que se veio chamar de movimento feminista. Na realidade, tratava-se apenas de libertar a mulher do rótulo de antigamente!As diferenças sexuais, laborais, sociais, e a discriminação em relação às mulheres nos diversos campos da sua vida, tornou-se assunto da praça pública. Analisou-se também o papel da mulher em diversos locais do mundo, e chegou-se à conclusão que a libertação em determinadas zonas do mapa seria bem mais complicada do que em outros locais. Aliás, ainda hoje a mulher continua aprisionada como é o caso do Afeganistão, onde a mulher é tratada de forma repugnante. Mas, os limites da liberdade entre homens e mulheres nunca foram idênticos, e essa é uma realidade que não podemos ignorar!Ainda que de uma forma camuflada, a discriminação à mulher a determinados cargos políticos e laborais, à esfera sexual, aos prazeres sociais, à sua beleza e cuidado do corpo, continuava a ser uma meia verdade, mesmo com a expansão daquilo a que chamaram de movimento feminista. As informações médicas relativamente ao corpo feminino eram escassas, conceitos como menstruação, gravidez ou menopausa eram ainda pouco explorados, e a mulher acabava por não se precaver, nem compreender muitas das transformações físicas e psicológicas que ocorriam em si. A própria existência de critérios relacionados com o desempenho sexual de homem e mulher foi outro ponto a debater, uma vez que ao homem foi sempre atribuído um papel activo e à mulher uma função passiva. O facto do homem ter mais do que amulher era visto como uma indício de masculinidade, mas à mulher era automaticamente colocado um rótulo de promiscuidade.Em todas as áreas que fazem parte do quotidiano, notava-se sempre uma discriminação do papel da mulher: na comunicação, artes, literatura, publicidade, no trabalho e no próprio dia a dia. No campo laboral, muitos eram ainda os cargos destinados somente às mulheres, enquanto que o homem podia gozar de uma diversidade de funções laborais. A ideia de “trabalho de mulher” e “trabalho de homem” foi-se desmistificando aos poucos, mas ainda hoje é possível encontrar-se essa distinção. Actualmente, o trabalho doméstico é ainda uma função que compete à mulher, enquanto que o homem resume-se a trabalhar fora de casa. Neste campo, notaram-se ligeiras diferenças, uma vez que em alguns casos o homem já ajuda a mulher, mas encontrar homens que desenvolvam sozinhos o trabalho doméstico é mera utopia, enquanto que o contrário ainda continua a existir em grande número. No final do século XX, mais precisamente em meados dos anos 80, todas estas pequenas revoluções ganharam outro significado. As mulheres têm vindo a ganhar território em muitas áreas, mas ainda não o suficiente para que se possa afirmar que existe uma igualdade entre sexos. Aliás, o acertado seria não haver uma distinção de sexos, mas sim afirmar-se, de uma vez, a ideia de que existe um único ser, quer seja homem ou mulher, com os mesmo deveres e direitos. E, se chegámos até aqui, talvez seja possível atingir esse patamar. Afinal, as utopias, por vezes, tornam-se doces realidades!


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Discriminação Sexual

Segundo as Nações Unidas, as mulheres ainda não atingiram a igualdade real em nenhum país do mundo. A ratificação da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres ainda não foi feita em cerca de 90 Estados. No mundo há mais igualdade a Norte – onde se localizam a maioria dos países desenvolvidos – do que a Sul – onde se registam os maiores índices de desigualdade (África e na Ásia Meridional).
Antigamente, o papel da mulher na sociedade resumia-se à casa e à família. A sua educação era orientada para esses fins e não para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Começa a nascer a ideia de que uma mulher inculta não saberá educar os seus filhos, surgindo quem defenda que ela também deve ser educada. É através da educação que a mulher começa a exigir uma participação interveniente na sociedade, exigindo em primeiro lugar o direito ao voto, ou seja, escolhendo quem a represente. Após este passo, ela sente necessidade de ser ela mesma a representar os seus próprios interesses - a mulher pretende transformar a sociedade da sua época.
Durante a Segunda Guerra Mundial (quando os homens tiveram de ir combater), elas assumiram os postos de trabalho que ficaram vagos, assim como aqueles que foram criados para sustentar a guerra (armamento, fardas, etc.). O lugar do homem na família ficou ocupado pela mulher – as decisões do “chefe de família”, tal como o seu sustento. Terminada a guerra, a mulher não quis “voltar” ao seu lugar de sempre. Nos anos 60 surgem os movimentos feministas, que apesar de certas atitudes radicais, como a queima dos soutiens, precipitaram o processo da emancipação da mulher na sociedade e como ser humano completo.
À medida que as mulheres iam conquistando direitos e caminhando para a igualdade, consciencializaram-se que em grande parte do mundo eram e ainda são cometidas bárbaras formas de discriminação contra as mulheres. Vão surgindo organizações internacionais com o intuito de com­bater as situações antes referidas, e a própria ONU promove o debate e a procura de soluções para estes problemas.
No sentido de combater este tipo de descrimi­nação estão a ser criadas estruturas que apoiem a mulher a alcançar os seus direitos. São exemplos dessas estruturas as creches e infantários, com o intuito de “libertar” a mulher da obrigação de cuidar dos seus filhos, podendo assim dedicar-se a outras actividades, como a carreira profissional; a requalificação profissional, para que possa aceder a melhores empregos; o incremento da educação sexual, visando um melhor planeamento familiar assim como um melhor conhecimento de ela própria.
Qualquer forma de discriminação é uma violação dos direitos humanos. Em relação à discriminação sexual podemos afirmar que esta afecta metade da população humana, as mulheres. Em consequência destas atitudes, acabamos por desaproveitar muitas capacidades humanas, formando assim uma barreira / obstáculo ao desenvolvimento e evolução da humanidade. Ao discriminarmos os sexos contribuímos para o retroceder de muitos dos nossos valores e pensamentos, ou seja, contradizemos aquilo em que acreditamos através das nossas acções.
A forma mais eficaz de parar de vez com a discriminação é, sem dúvida, através de uma medida radical que vise a alteração das mentalidades. Para isso há que reflectir um pouco sobre a nossa postura no dia-a-dia. Segundo Fernanda Mateus, membro da Comissão Política Organização das Mulheres Comunistas: “É que nós mesmos, os que temos um pensamento e valores que apontam para a igualdade de direitos e participação das mulheres, assumimos muitas vezes atitudes que se distanciam dessa nossa maneira de pensar, acabando por veicular e perpetuar situações de discriminação e até de minimização do papel das mulheres na sociedade… Mas essas mudanças têm de ser acompanhadas de um “pensamento mais activo”, que questione o modo como concretizamos, na prática, os nossos valores.” Veja-se o exemplo do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, um tema que exigia reflexão e tomada de uma posição. O resultado revelou que em Portugal ainda há um nítido atraso das mentalidades no que diz respeito a este assunto, a maioria dos portugueses não assumiu uma posição, não reflectiram ou ponderaram bem sobre esta questão.
Como Odete Santos, deputada do PCP, refere: “A democracia é a maior amiga das mulheres porque é através da democracia que se conquistam os direitos.” O regime democrático, associado ao conceito de liberdade, é o meio mais eficaz para a obtenção de direitos; o povo democrático pode pronunciar-se, exigir direitos, baseando-se na igualdade entre todos os cidadãos.
A situação que perdurou por muitos séculos, ao homem cabia a esfera pública e à mulher a esfera privada, não faz sentido no mundo contemporâneo. A mulher, hoje em dia, luta pela obtenção de todos os seus direitos, incluindo o da sua felicidade.
A solução para a eliminação da discriminação sexual não passa pela guerra dos sexos, mas sim pela alteração das mentalidades e pela partilha mais equilibrada entre homens e mulheres, tanto no sector profissional como no sector privado.
Todos nós devemos fazer um esforço para no nosso dia-a-dia eliminar do nosso comportamento todas as atitudes discriminatórias contra os outros, de forma a evoluirmos e criarmos um mundo mais justo e mais livre para todos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Vídeo

Deixamos aqui dois vídeos sugestivos para o tema da discriminação:

http://www.youtube.com/watch?v=kyAYgqosVTs

http://www.youtube.com/watch?v=eW--bWf3uxc

Boas visualizações =D