terça-feira, 27 de abril de 2010

Sem saber, eu falo


Falar sobre a deficiência é fácil, na nossa ignorância vergonhosa. Sem sabermos sequer daquilo que falamos, dissertamos sobre este tema como se o tivessemos criado. É grave, mas todos o fazemos.

Infelizmente, num mundo que se diz informado e respeitador das diferenças de cada um, ouvir o troçar humilhante contra os indivíduos portadores de deficiência é deplorável. Grande obstáculo para a aceitação destes indivíduos é a ideia que formamos de que não conseguem ter uma vida normal, necessitam da nossa pena, procuram alterar quem são. Mais uma vez, estamos errados! As pessoas precisam de entender que as crianças com necessidades especiais não estão doentes. Eles não procuram uma cura, apenas aceitação. Aceitação: eis a palavra-chave. Aceitar estes indivíduos na sociedade enquanto pessoas portadoras de capacidades para levar uma vida normal; com os limites que a sua condição impõe, é certo, mas ainda assim normal, conseguirem atingir uma qualidade de vida que lhes permita viver felizes.

Os expoente máximo de sucesso na vida são os indivíduos portadores de deficiência que conseguem um emprego, constituem família e, em alguns casos, se destacam dos demais pela sua contribuição em determinado sector ou área de actividade. É a olhar para estes perfeitos exemplos de êxito que vemos que as barreiras que estas pessoas enfrentam não são mais do que obstáculos colocados por uma sociedade que discrimina e julga sem saber; barreiras que se podem vencer com a determinação e força de vontade, um ensinamento que todos deveríamos valorizar.